Rio Grande do Sul: produtores mais flexíveis e compradores cautelosos
De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Sul do Brasil iniciou a semana com movimentações distintas entre os estados. No Rio Grande do Sul, produtores têm se mostrado mais receptivos ao atual cenário cambial e, com isso, passaram a flexibilizar os preços pedidos. No interior gaúcho, há lotes sendo ofertados entre R$ 1.450,00 e R$ 1.470,00, enquanto compradores optam por aguardar o encerramento do mês, na expectativa de possíveis ofertas ainda mais vantajosas.
Para a próxima safra, os preços para entrega e pagamento em dezembro giram em torno de R$ 1.340,00 (valor sobre rodas no porto). No entanto, os moinhos seguem ausentes das negociações. Em Panambi, os preços pagos na modalidade “pedra” caíram para R$ 73,00 por saca.
Santa Catarina: preços firmes na safra velha e estabilidade na nova
Em Santa Catarina, observa-se uma leve, porém consistente, valorização nos preços da safra anterior. Foram registrados negócios pontuais com valores entre R$ 1.500,00 e R$ 1.520,00 FOB, enquanto o trigo proveniente do Rio Grande do Sul chegou a R$ 1.560,00 no estado.
Já no que diz respeito à safra nova, o mercado segue estático, sem movimentação relevante — não há ofertas nem interesse de compra. Os preços da saca na “pedra” permanecem estáveis: R$ 78,00 em Canoinhas, R$ 75,00 em Chapecó (há três semanas), R$ 79,00 em Joaçaba (há quatro semanas), R$ 80,00 em Rio do Sul, R$ 78,00 em São Miguel do Oeste e R$ 80,00 em Xanxerê (há quatro semanas).
Paraná: alta nos preços e margens pressionadas
No Paraná, o mercado apresenta alta nos preços do trigo, porém os valores das farinhas permanecem inalterados, o que comprime as margens dos moinhos. A média de preços nos moinhos foi de R$ 1.600,00, enquanto os vendedores continuam pedindo entre R$ 1.650,00 e R$ 1.700,00 FOB. Esse descompasso resultou em uma semana com poucos negócios efetivamente concretizados.
Quanto ao trigo importado, os preços nos moinhos dos Campos Gerais alcançaram US$ 310,00 (trigo argentino) e US$ 290,00 (trigo paraguaio). Para a safra futura, compradores trabalham com referências entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00.
Ainda no estado, segundo dados do Deral, a média de preços da saca subiu 0,33%, atingindo R$ 80,16. Com um custo de produção estimado em R$ 73,53, o lucro médio do triticultor recuou de 13,39% para 8,85%, mas segue positivo, o que evidencia a resiliência do setor mesmo diante de adversidades e incertezas no mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio