Enquanto os preços seguem em queda nas principais regiões produtoras do Brasil, influenciados pela proximidade da colheita da segunda safra, o mercado internacional reage positivamente ao crescimento das exportações norte-americanas. A seguir, confira os principais destaques sobre a movimentação regional, o desempenho dos contratos na B3 e os reflexos no mercado internacional.
Preços em queda e negociações lentas nos estados produtores
O mercado físico de milho no Brasil permanece pouco dinâmico, com negociações pontuais e valores pressionados para baixo. No Rio Grande do Sul, a oferta encolheu e os produtores recuam nas vendas. As cotações para entregas em maio variam entre R$ 70,00 e R$ 74,00 por saca, com valores regionais como R$ 69,00 em Santa Rosa, Ijuí e Seberi; R$ 70,00 em Não-Me-Toque, Marau e Gaurama; R$ 71,00 em Arroio do Meio e Lajeado; e R$ 72,00 em Montenegro. Em Panambi, o preço se mantém em R$ 63,00.
Em Santa Catarina, o mercado também está lento, especialmente no Planalto Norte, onde a diferença entre o valor ofertado e o pedido tem travado os negócios. No porto, as cotações são de R$ 72,00 para entrega em agosto com pagamento em setembro e R$ 73,00 para entrega em outubro com pagamento em novembro. Já as cooperativas estão pagando R$ 69,00 em Papanduva, R$ 70,00 em Campo Alegre e R$ 71,00 nas regiões oeste e serrana do estado.
No Paraná, a expectativa para a safrinha é positiva. No Norte Central, o preço caiu 1,27%, com a saca negociada a R$ 67,07. Nos Campos Gerais, o milho disponível para entrega imediata está cotado a R$ 76,00 (FOB), embora alguns vendedores testem valores de até R$ 80,00. Para entrega em junho, com pagamento ao final do mês, os negócios giram em torno de R$ 73,00 CIF para a indústria.
No Mato Grosso do Sul, o mercado spot continua operando com lentidão, diante da aproximação da colheita da segunda safra. Os preços recuaram em diversas localidades: R$ 56,00 por saca em Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste; R$ 58,00 em Ponta Porã e Sidrolândia; R$ 59,00 em Maracaju; e R$ 60,00 em Dourados, Campo Grande e Caarapó.
Mercado futuro recua na B3 diante de oferta elevada
Na Bolsa Brasileira (B3), os contratos futuros de milho encerraram o pregão da quinta-feira em queda, acompanhando o movimento de baixa registrado em Chicago. A consolidação de uma boa colheita da segunda safra no Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, vem pressionando os preços desde abril. A expectativa agora se volta para os próximos relatórios da Conab e do USDA, que devem trazer novas projeções de oferta e demanda.
Na quinta-feira, os fechamentos foram os seguintes:
Já na manhã desta sexta-feira (09), o milho futuro na B3 estendia as perdas:
Exportações impulsionam milho na Bolsa de Chicago
Enquanto o mercado brasileiro enfrenta baixa liquidez, o cenário internacional mostra sinais de recuperação. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros do milho abriram a sexta-feira em alta, impulsionados por dados positivos de exportação divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
As vendas externas de milho dos EUA saltaram 64% em relação à semana anterior e 47% acima da média, totalizando 1,66 milhão de toneladas. Os principais compradores foram:
Com isso, os contratos na CBOT operavam com os seguintes valores por volta das 09h44 (horário de Brasília):
Mesmo com o avanço do plantio nos EUA e o início da colheita na América do Sul, que normalmente pressionam os preços, os números fortes de exportação foram suficientes para sustentar as cotações no mercado norte-americano neste início de pregão.
O mercado de milho vive um momento de contrastes. Enquanto o Brasil lida com a pressão da colheita da segunda safra e a consequente retração nos preços, o cenário internacional se mostra mais otimista, impulsionado por uma demanda externa aquecida. As próximas semanas devem ser determinantes para o comportamento das cotações, à medida que os novos dados oficiais forem divulgados e as colheitas avançarem em ambos os hemisférios.
Fonte: Portal do Agronegócio