Alta do petróleo e chuvas intensas afetam a moagem de cana
A valorização do petróleo no mercado internacional e as chuvas mais frequentes no Centro-Sul do Brasil, durante a segunda quinzena de abril, estão entre os principais fatores que pressionaram os preços do açúcar nas bolsas. Analistas ouvidos pela Reuters afirmam que o volume de cana moída pode ter caído até 40% em relação ao mesmo período do ano passado, devido às condições climáticas adversas.
Em relatório, o Rabobank destacou que o mercado permanece atento à evolução da safra brasileira. "As estimativas para a produção de cana têm apresentado viés negativo nas últimas semanas, o que pode sustentar a elevação nos preços do açúcar", avaliou o banco.
Exportações brasileiras em queda indicam demanda mais fraca
Outro fator que contribui para o cenário de valorização dos preços é a redução nas exportações brasileiras da commodity. Segundo a Reuters, o Brasil exportou 1,56 milhão de toneladas métricas de açúcar em abril, uma queda de 18% em relação ao mesmo mês de 2024. O país é o maior produtor e exportador global de açúcar.
Nova York registra valorização em todos os contratos futuros
Na ICE Futures de Nova York, os contratos futuros de açúcar bruto encerraram o dia em alta. O vencimento para julho de 2025 subiu 37 pontos, cotado a 17,50 centavos de dólar por libra-peso, um avanço de 2,2% em comparação com o pregão anterior. Já o contrato para outubro de 2025 teve alta de 36 pontos, chegando a 17,64 cts/lb. Os demais contratos também apresentaram ganhos, entre 14 e 32 pontos.
Londres segue tendência de alta com valorização do açúcar branco
A bolsa de Londres também acompanhou a tendência de valorização. Na ICE Futures Europe, o contrato de açúcar branco com vencimento em agosto de 2025 foi negociado a US$ 494,90 por tonelada, alta de US$ 9,50, ou 2%. O contrato de outubro/25 subiu US$ 9,70, para US$ 485,70 a tonelada. Os demais vencimentos apresentaram altas entre US$ 5,40 e US$ 9,20.
Mercado doméstico registra queda no açúcar cristal
No Brasil, o mercado interno apresentou queda pelo segundo dia consecutivo nas cotações do açúcar cristal, segundo o Indicador Cepea/Esalq da USP. A saca de 50 quilos foi negociada nesta quinta-feira a R$ 141,36, contra R$ 141,75 no dia anterior — uma desvalorização de 0,28%.
Etanol hidratado acumula quatro dias de baixa
Já o etanol hidratado seguiu em queda, com o quarto dia consecutivo de desvalorização, conforme o Indicador Diário Paulínia. O preço do biocombustível foi negociado ontem a R$ 2.791,50 por metro cúbico, recuo de 0,61% em relação aos R$ 2.808,50 registrados na véspera.
Fonte: Portal do Agronegócio